Guia do Pico Paraná: como chegar, onde acampar e o que esperar da trilha

🌄 1. Introdução

O Pico Paraná, ou simplesmente PP, como é chamado entre os montanhistas, tem 1.877 metros de altitude e está localizado na Serra do Mar Paranaense, entre os municípios de Antonina e Campina Grande do Sul (PR).
É o ponto mais alto do Sul do Brasil — e também um dos mais desafiadores.

O PP é conhecido por unir dificuldade técnica, exposição e beleza sem igual.
A trilha pode ser feita de algumas formas:

  • Bate e volta (1 dia) — extremamente desgastante e recomendado apenas para quem tem ótimo preparo físico.

  • Com pernoite (2 dias) — o formato mais comum, com acampamento no A1, A2 ou no cume.

  • Travessias longas — conectando o PP a outros picos como o Caratuva e Itapiroca.

Mesmo para quem já tem experiência, o PP impõe respeito. O desnível acumulado, o terreno técnico e as condições climáticas da Serra do Mar fazem dele uma verdadeira prova de resistência.

O trajeto de cerca de 7~8Km leva cerca de 6 a 8 horas, dependendo muito do seu ritmo e da quantidade de peso que você levar. No PP não adianta pressa, com muitos trechos irregulares a cautela é mandatória para que qualquer acidente seja evitado.

Aqui abordarei com maior ênfase a opção de fazer o cume com um pernoite, forma a qual fiz. 

Se você está pensando em subir o PP, vale a pena dá uma olhada no site do Parque Estadual Pico Paraná no link abaixo, lá você vai garantir que terá as informações mais atualizadas:

🔗 Site do PEPP

🧭 2. Por que subir o PP

Subir o Pico Paraná é mais do que alcançar um cume — é uma experiência de superação.
O percurso mistura trechos de mata fechada, escalaminhadas em rocha, lama, neblina e vento forte, exigindo atenção constante e força mental.

A recompensa vem em forma de paisagens únicas: o nascer do sol visto acima das nuvens, a visão panorâmica do Caratuva e Itapiroca, e a sensação de estar sobre o topo do Sul do país.

🌅 Eu descreveria o PP como uma trilha que muda sua forma de ver montanha — intensa, cansativa e, ao mesmo tempo, viciante.

🚗 3. Como chegar na Fazenda Pico Paraná

O acesso é feito pela Fazenda Pico Paraná, o ponto de partida oficial da trilha.
Ela fica a cerca de 60 km de Curitiba, e o acesso se dá pela BR-116 (Rodovia Régis Bittencourt).

⚠️ Atenção: se estiver chegando à noite, é muito fácil passar da entrada — a sinalização é mínima e o caminho não é iluminado.
Use GPS offline e, se possível, marque o ponto no mapa antes de sair da cidade. Outro ponto importante é que o sinal de telefone se perde bem antes de chegar à Fazenda Pico Paraná.

Na fazenda há estacionamento, área de camping, banheiros simples e chuveiros frios, além de vender lanches, e possíveis itens úteis como cartuchos de gás, pilhas e mais.
A taxa de acesso atualmente é de cerca de R$ 15 por pessoa, e o registro é obrigatório.
O pessoal da fazenda anota o horário de entrada e saída de cada grupo, por segurança.

💡 Dica: se vier de longe, durma na fazenda e comece a trilha ao amanhecer — o início da subida é íngreme e exige energia.

🔗 Localização da Fazenda Pico Paraná

🥾 4. Entendendo a trilha

A trilha até o cume do PP é exigente desde o início.
O caminho alterna subidas fortes, trechos de escalaminhada e passagens estreitas com exposição, além de lama constante e trechos escorregadios.

No total, são cerca de 7 km até o cume, com 1.200 m de desnível positivo.
Em ritmo médio, leva de 6 a 8 horas até o topo.

Você pode conferir o trajeto completo no Wikiloc, do trilheiro VaTrilhar (mv_mao), abaixo. Este foi o percurso que segui. Ela traz muitos detalhes e vale a pena seguir ela caso não conheça o percurso.
🔗 Trilha Pico Paraná – Wikiloc

 

🧗‍♀️ Escalaminhadas e trechos técnicos

Grande parte da trilha envolve escalaminhadas — subidas em que é necessário usar as mãos para apoio.
cordas fixas em pontos mais íngremes, principalmente entre o A2 e o cume.

⚠️ Pessoas baixas ou com medo de altura podem ter mais dificuldade nesses trechos, já que muitos apoios exigem boa flexibilidade e confiança nos pés.
É essencial subir com calma e ter atenção a cada passo da escalada.

Durante a subida, o terreno mistura raízes, pedras, barro e rochas inclinadas.
O esforço físico é constante, e o peso da mochila influencia muito no rendimento.

💧 Pontos de água

Existem alguns pontos de água ao longo da trilha, especialmente entre a base e o A2, mas nem sempre estão em boas condições.
Leve no mínimo entre 2 e 3 litros e, se for abastecer durante o caminho, é essencial tratar a água com Clorin ou outro purificador.

💧 Principais pontos de água:

  • Entre a Base do Getúlio e o A1

  • Próximo ao A2 (em épocas de chuva)

  • Na volta, é possível reabastecer na fazenda

⛺ 5. Pontos principais da trilha

📍 Base da Fazenda / Portaria do IAP

Início da trilha e ponto de registro obrigatório.
Aqui é possível ajustar a mochila e revisar o checklist final.

📍 A1 (acampamento inicial)

Área pequena e irregular, usada geralmente como parada intermediária.
Poucos espaços planos para barracas.

📍 A2 (principal ponto de acampamento)

O acampamento mais utilizado — plano, protegido e com uma das vistas mais bonitas do percurso.
Tem espaço para várias barracas e é o local ideal para pernoitar e atacar o cume ao amanhecer.

📍 Cume do Pico Paraná

O ponto máximo da trilha.
No topo há poucos espaços para barracas, e o vento é constante — leve estacas e cordas resistentes.
O nascer do sol aqui é um espetáculo, mas prepare-se para temperaturas negativas no inverno.

🧭 6. Recomendações finais

  • 🚰 Leve água suficiente e Clorin para purificação.

  • 🔋 Lanterna de cabeça é indispensável — especialmente se começar de madrugada ou fizer o ataque noturno.

  • 🧤 Anorak, fleece e roupas térmicas são obrigatórios no inverno.

  • 🥾 Bota de trilha com boa aderência — há muita lama e pedra lisa.

  • 📱 Baixe o trajeto no Wikiloc antes (sem sinal de celular em quase toda a trilha).

  • 🏕️ Se for acampar no A2, chegue cedo para garantir espaço.

⚡ Evite a trilha em dias de chuva forte — a rocha fica extremamente escorregadia e perigosa.

💬 Conclusão

Subir o Pico Paraná (PP) é enfrentar um dos desafios mais intensos do montanhismo nacional — e sair transformado por ele.
Não é uma trilha fácil, mas é uma daquelas experiências que ficam marcadas por toda a vida.

Com respeito à montanha, preparo físico e o equipamento certo, o PP deixa de ser um obstáculo e se torna uma conquista memorável.

Se você já subiu ou planeja subir o PP, deixe um comentário com suas dúvidas ou experiências — vai ajudar outros trilheiros também!
E se quiser trocar uma ideia diretamente, envie um e-mail para 📩 contato@trilhaverso.com.

Melhor ponto de água - Pouco após o morro Getúlio
Ótimo local para fotos - Pouco antes de chegar no A2
Um dos muitos trechos em que o uso de corda se faz necessário
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